Preencha os campos abaixo para submeter seu pedido de música:
Os moradores da comunidade do Ingá, no distrito da Posse, voltaram a viver momentos de tensão e medo na noite de quarta-feira (19). Um desplacamento de rochas de uma montanha fez com que quatro famílias tivessem que deixar as casas. As pedras não chegaram a atingir os imóveis, mas passaram perto. E o risco de novos deslizamentos fez com que a Defesa Civil atuasse de forma preventiva, retirando os moradores da área de possível risco.
Era noite quando o incidente aconteceu, por volta das 20h. Apesar do susto, não houve feridos e todas famílias retiradas do local foram para residências de familiares. “Fomos lá ainda durante a noite, para ver o que tinha acontecido. Como estava bastante escuro, não deu para ver muita coisa, avaliar a situação. O que pôde ser feito no primeiro momento foi ajudar a orientar os moradores. A Defesa Civil esteve lá com a equipe e fez esse trabalho”, informou o vereador Ronaldo Ramos, que é morador do distrito da Posse. “Hoje (20), a Defesa Civil ficou de retornar ao local com um geólogo para avaliar se há risco de mais deslocamento de pedras ali”, informou.
A área foi isolada pela Defesa Civil e as equipes mantêm monitoramento no local. Esta, no entanto, não é a primeira vez que os moradores do Ingá sofrem as consequências de deslizamentos de rochas. Em 2014, quando houve o primeiro deslizamento na região, sete residências chegaram a ser interditadas e um terreno foi considerado impróprio para a construção. Na ocasião, cerca de 300 moradores deixaram suas casas após o início dos estrondos.
Em 2019, o susto foi maior e foi registrado por moradores que filmaram o momento que 50 toneladas de rochas despencaram de uma altura de 100
metros, na estrada da Pedreira, descendo de forma ameaçadora sobre as casas. Seis imóveis da Rua Noemia Alves Rattes foram atingidos. Mais uma vez, apesar do susto, ninguém ficou ferido. Isso porque, ainda durante a madrugada, moradores ouviram barulhos de estalos vindos da pedreira e evacuaram os imóveis. Cerca de 40 imóveis chegaram a ser preventivamente evacuados pela Defesa Civil em um raio de 500 metros do local da queda.
Ainda em 2019, geólogos do Departamento de Recursos Minerais do Estado do Rio de Janeiro – DRM-RJ e da Secretaria de Defesa Civil realizaram a avaliação do rochoso maciço no Ingá. À época, o então secretário estadual das Cidades, Juarez Fialho, participou da vistoria em conjunto com os profissionais. E a Prefeitura chegou a informar que iria acionar o Ministério do Desenvolvimento Regional para que uma equipe auxiliasse no trabalho de avaliação dos danos e análise de necessidades.
Em uma primeira análise, os geólogos confirmaram o fenômeno natural em que as altas temperaturas, aliada às chuvas fortes, poderiam ter provocado o deslocamento de rochas, após sequência de variação térmica.
Fonte: Tribuna de Petrópolis